quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mais um terrorista entre nós


Cesare Battisti é um terrorista italiano condenado à prisão perpétua naquele país por autoria de quatro homicídios na década de 1970. Militante de um grupo de extrema esquerda chamado Proletários Armados para o Comunismo (PAC), foi preso no Rio em 2008 e teve seu pedido de asilo político negado pelo Conare (Comitê Nacional para Refugiados Políticos), que considerou que seus crimes foram comuns.

Numa manobra jurídica envolvendo a cúpula petista, seu advogado, o ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh recorreu contra a decisão. O despacho do ministro da justiça Tarso Genro foi divulgado na noite de terça-feira 08 de janeiro de 2009, concedendo asilo político ao colega italiano, à revelia das instruções contrárias, numa atitude solitária (e solidária para com o comunista homicida).

Lembrando que Tarso Genro foi o ministro que prendeu e entregou a Fidel Castro os dois boxeadores cubanos que se refugiaram no Brasil durante os Jogos Panamericanos.

TEMOS QUE TIRAR ESSA QUADRILHA DO PODER.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Olha o cheiro da marola (sic)


Novamente a fúria legisferante da mentalidade política brasileira vem à tona na forma de mais uma excrescência jurídica.
O tal do Chico Alencar (PSOL/RJ) apresentou um projeto de lei (leis, leis e mais leis) que pretende legar ao dito "funk carioca" aspecto de "patrimônio cultural brasileiro", de modo que "o poder público assegure as condições para a democratização da sua produção e veiculação musical". Ou seja, verta dinheiro do contribuinte para os eventos culturais chamados de bailes funk.
E o que é pior:

"Parágrafo único - Qualquer tipo de discriminação, preconceito ou desrespeito, seja de natureza social, racial, cultural ou administrativo, contra o movimento funk ou seus integrantes, submeter-se-á às penas da Lei".

Em suma, até cinco anos de prisão e multas por crime de discriminação!

Com o aval da retórica politicamente correta, buscando um óbvio nicho eleitoral mas, ao mesmo tempo, consonante com a realidade cultural e educacional brasileira, o país de Lula, dos mensalões, dos dólares na cueca, das cotas, dos abortistas, o deputado Chico Alencar pretende, além de elevar à categoria de patrimônio nacional o maldito funk carioca, punir com os rigores da lei quem ousar manifestar-se contra essas pérolas do mal-gosto:

Linguadinha
Os Magrinhos

Eu te dou várias linguadinhas, tu sobe pela parede....
É língua, é língua, é linguadinha....
É língua, é língua, é linguadinha....
É língua, é língua, é linguadinha....
Linguadinha na boquinha....
Pra fazer a brincadeira, você tem que tar limpinha!!!!!

Passa O Piru Nela
Os Ousados

Embriaguei ela de vinho, caipifruta e pau na coxa
chapou varias batidas e ficou totalmente louca
chapadona de vinho, whisky, brahma, red bull,campari, martini, 51
gatinha tá chapadona, desceu tudo pra goela
não tá nova pros ousados
vai, passa o piru nela
passa op piru nela
junto c/ os ousados vem safada, vem cadela
se vir molhada o bonde todo seca ela
com a mão no meu piru essa é safada, ela é cadela

Olha o Cheiro da Marola
Mc G3

beira mar é beira mar e o parque é o parque
traz o extase e o cheirinho da lolo eu quero é craque
da maconha do boldinhu e o pó da branca fina
eu sou da cidade alta onde tem vick em cada esquina
esse bonde é bolado e a vida é uma escola
é por isso que eu falo sente o cheiro da marola
olha o cheiro da marola
mas tá virando epidemiase voce não tá sabendo
da maconha do boldinho todo mundo tá querendo
e no clima da favela é a maior animação
geral torrando um baseado e ouvindo um proibidão
ding ding (x3)
só do boldinho
ding ding (x3)
aperta pra mim
ding ding (x3)
só do boldinho
ding ding (x3)
aperta pra mim

Se você tem uma filha e a flagrar ouvindo isso no último volume, não fale nada. Se ela começar a freqüentar bailes funk na favela, não a proíba - você pode ir preso.



Só num ponto o infame Chico Alencar tem razão: essa "música" é a cara do Brasil. Cada povo tem a expressão cultural que merece.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Coletânea Barack Hussein Obama



21 motivos para suspeitar de Barack Hussein Obama*

1. Ao preencher o formulário para inscrição na Ordem dos Advogados (Bar Association) de Illinois, Obama declarou que nunca tinha usado nenhum outro nome além de Barack Hussein Obama. É falso. Há documentos dele com os nomes de Barry Soetoro, Barry Dunham e outros, bem anteriores ao seu ingresso naquela entidade.

2. Durante a campanha, sob suspeita de ter adquirido sua mansão num negócio ilegal com Tony Rezko, Obama declarou que nada tinha a ver com o famoso vigarista, preso por uma dúzia de crimes. Agora apareceram as cobranças de impostos daquele imóvel: não estão em nome de Obama, mas do advogado de Tony Rezko.

3. Repetidas vezes, Obama afirmou que não tinha nada a ver com a Acorn, a ONG que espalhou milhares de títulos de eleitor falsos. Agora revela-se não só que a Acorn prestou serviços à campanha de Obama, recebendo pagamentos de 80 mil dólares, mas que a firma de advocacia onde trabalhou Michelle Obama está defendendo a diretoria da Acorn num caso de desvio de verbas.

4. Com o apoio de toda a grande mídia, sem exceção, Barack Hussein Obama jurou que eram puras difamações as notícias de que ele tinha recebido educação islâmica. O vídeo reproduzido em http://www.youtube.com/watch?v=HkjFc3S21nY não deixa margem a dúvidas: Obama mentiu novamente.

5. Graças ao caso Blagojevitch, Obama tornou-se o primeiro presidente eleito dos EUA a ser interrogado pela polícia já antes da cerimônia de posse. E o promotor Patrick Fritzgerald – o mesmo do caso Valerie Plame, donde se vê que o sujeito não age por preferência partidária – já anunciou que pretende em breve espremer Obama quanto aos negócios ilícitos com Tony Rezko.

6. Obama mandou bloquear, nos EUA e no Quênia, o acesso a todos os seus documentos, mesmo sobre a sua vida pública, desde a sua certidão de nascimento até a lista dos pequenos doadores da sua campanha, passando pelo seu histórico escolar em Harvard e Columbia, que é alegado ao mesmo tempo como prova definitiva dos altos dons intelectuais da criatura. Tribunais, da Pensilvânia, de Washington e de Ohio, já sentenciaram que o cidadão comum não tem nenhum direito de averiguar sequer a nacionalidade de Barack Hussein Obama. É preciso acreditar nele sob palavra, ou cair fora da sociedade decente.

7. Ele já inventou tantas lorotas sobre sua vida (que foi membro da Comissão de Bancos do Senado, que seu tio libertou Auschwitz, que seu pai foi pastor de cabras), já omitiu tantos dados essenciais (que foi membro de um partido socialista, que é primo do genocida Raila Odinga, que fez campanha para ele no Quênia, que seu irmão está à míngua numa favela em Mombasa, que sua tia é imigrante ilegal nos EUA), e já camuflou de tal modo suas ligações com a Acorn, com o terrorista William Ayers, com o agitador islâmico Louis Farrakhan, com o vigarista Tony Resko, etc., que tentar descobrir a verdadeira biografia dele é quase missão impossível. Seu próprio livro de memórias, que lhe rendeu a fama de escritor, é de autoria duvidosa: exames realizados com métodos computadorizados de investigação autoral concluíram que não foi escrito por Obama, mas sim por William Ayers.


8. A avó diz que ele nasceu no Quênia e não no Havaí como ele afirma, seus irmãos quenianos dizem que ele é muçulmano e não cristão como afirma, sua irmã diz que ele nasceu num hospital quando ele afirma que nasceu em outro, o patrocinador de seus estudos em Harvard diz que o dinheiro para isso foi fornecido por um notório agitador pró-terrorista, velhos conhecidos contam que ele sempre estava ao lado de Frank Marshall Davis quando este vendia cocaína.

9. Se você expuser suspeitas de maneira muito audível, o governo investigará seus antecedentes em busca de crimes hediondos como dívidas de imposto e multas de trânsitos não pagas, como fez com Joe Encanador, ou então o levará para a cadeia como fez com com Brent Garner, de Lawrence, Estado do Kansas (v. www.wnd.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=79513).

10. O que quer que se diga contra Obama tem resposta automática: É racismo. A chantagem racial é tão violenta, geral e sistemática, que o simples fato de você dizer que está havendo chantagem racial prova que você é racista. O monopólio da violência verbal fica portanto com os democratas, enquanto os críticos de Obama se resguardam atrás de rodeios e circunlóquios autocastradores.

11. Obama não diz coisa com coisa. Seus discursos, quando não são totalmente vazios de conteúdo, se contradizem uns aos outros com a maior sem-cerimônia – e funcionam exatamente por isso. O conteúdo deles não tem a mínima importância; só serve de excipiente para a substância ativa, constituída de apelos mágicos e mensagens hipnóticas, de modo que após alguns minutos todo mundo está com a inteligência entorpecida ao ponto de aceitar, sem a menor reação crítica, afirmações como esta: “Vocês sentirão uma luz vindo do alto, experimentarão uma epifania e uma voz de dentro lhes dirá: Eu tenho de votar em Barack Obama”. Se o sujeito proclamasse isso por fé espontânea, diriam que é louco. Como o diz no melhor estilo da programação neurolingüística ericksoniana, votam nele para presidente da nação mais poderosa do mundo. O amálgama de promessas utópicas, propaganda avassaladora, beatificação psicótica do líder, apelo racial, controle da mídia e intimidação sistemática do eleitorado é idêntico nos mínimos detalhes à estratégia eleitoral de Hitler em 1933.

12. Obama promete desmantelar o sistema de defesa espacial dos EUA, desacelerar unilateralmente o programa americano de pesquisas nucleares, transformar em derrota a vitória no Iraque, vetar a abertura de poços de petróleo e oferecer carteiras de motorista e assistência médica gratuita aos imigrantes ilegais.

13. Ahmadinejad declarou que a vitória do candidato democrata nas eleições dará o sinal verde para a islamização do mundo, Khadafi proclamou que Obama é um muçulmano fiel apoiado por milionários islamitas e Louis Farrakhan, aproveitando a onda de entusiasmo obamista, anunciou que a “Nation of Islam”, a sociedade secreta de radicais islâmicos que ele preside, há décadas funcionando em marcha lenta, está tendo “um novo começo” e logo estará operando de novo com força total.

14. O temor não é somente psicológico. Vários militantes republicanos já foram surrados por obamistas, escritórios da campanha McCain em vários Estados foram invadidos e destruídos, e só a ação da polícia impediu, a tempo, que centenas de agitadores obamistas bem treinados, armados de coquetéis Molotov, queimassem os ônibus que se dirigiam à Convenção Republicana em St. Paul (mesmo assim os remanescentes conseguiram fazer um belo estrago).

15. Ele pode receber 63 milhões de dólares em contribuições ilegais do exterior, e nada de mau lhe acontecerá por isso. Uma ONG que o apadrinha pode fazer uma derrama de títulos de eleitor falsos em treze Estados, e ai de quem sugira que ele tem alguma culpa no caso. A campanha de Obama recolheu nada menos de 605 milhões de dólares em contribuições. Para cada anúncio de McCain, saem quatro de Obama. Mais avassaladora ainda é a propaganda gratuita fornecida ao candidato democrata pela grande mídia.

16. A longa carreira de Obama como militante abortista, muito menos sobre a única atividade importante desenvolvida por ele no plano internacional: a campanha montada, com dinheiro público, para elevar ao poder no Quênia o agitador anti-americano e pró-terrorista Raila Odinga, culpado de ordenar o assassinato de mais de mil de seus opositores políticos e de conspirar com líderes muçulmanos para impingir a religião islâmica a uma nação de maioria cristã. Obama não somente ajudou Odinga com dinheiro dos contribuintes americanos e abriu contatos para ele no Senado, mas fez comícios em favor dele no Quênia.

17. Quando se noticiou a prisão do governador democrata de Illinois, Rod Blagojevich, acusado de leiloar a vaga de Obama no Senado, o canal KHQA-TV simplesmente retirou do ar a notícia que publicara um mês antes, segundo a qual o presidente eleito tinha uma reunião marcada com Blagojevich para 6 de novembro, para discutir o nome do seu sucessor no Senado. Claro: como Obama alegava que não sabia de nada das tretas de Blagojevich, era preciso criar retroativamente uma impressão de que isso era verdade. O assessor de Obama, David Axelrod, que no dia 23 dissera à FoxNews “Eu sei que ele (Obama) conversou com o governador sobre vários nomes (de sucessores)”, também voltou atrás e assegurou que nunca soube de nada.

18. As ligações estreitas do governador de Illinois com o vigarista Tony Rezko, financiador maior das campanhas de Obama e dele próprio, chamaram a atenção da Justiça ao ponto de fazê-la intimar novas testemunhas no caso do negócio imobiliário ilícito entre Rezko e Obama. Ao mesmo tempo, outro processo ligado ao caso, comprometendo Obama profundamente, foi aberto na cidade de Harvey, Illinois, onde o analista de crédito Kenneth J. Conner alega que foi demitido do Mutual Bank porque discordara das avaliações imobiliárias montadas, com a cumplicidade do banco, para favorecer Rezko e Obama. Forçada pelo desenrolar dos fatos a noticiar tardiamente aquilo que vinha escondendo, a CNN finalmente reconheceu que existem os processos judiciais questionando a elegibilidade de Obama (http://edition.cnn.com/video/#/video/politics/2008/12/05/arena.obama.citizenship.cnn). Porém, num esforço hercúleo para abafar o impacto do escândalo, deu a notícia em versão propositadamente atrasada, afirmando que desde a publicação do atestado de nascimento do candidato pelo site da sua campanha, a acusação já era “caso encerrado”. Isso é a exata inversão da realidade. A onda de processos começou justamente após a publicação desse atestado.

19. O atestado não foi publicado originariamente pela campanha de Obama, mas pelo site esquerdista DailyKos, de onde a campanha o copiou. DailyKos tem entre seus colaboradores um especialista em computação gráfica, Jay McKinnon, o qual publicou no mesmo site, a título de “brincadeira”, um formulário em branco do mesmo tipo de documento e um atestado preenchido com o nome de I. B. Ahforgery, que soa exatamente como “Eu Sou Falso”. DailyKos tinha, portanto, todos os meios técnicos de produzir quantos atestados falsos quisesse (v. http://web.israelinsider.com/Articles/Politics/12956.htm).

20. Obama é, na verdade, o presidente menos qualificado que já houve para defender a integridade e a soberania dos EUA. Amplamente beneficiado por ajudas estrangeiras ilegais, vulnerável a toda sorte de chantagens pelo seu passado nebuloso, suas ligações comprometedoras e seus documentos falsificados, Obama foi posto no poder por quem sabe que pode destrui-lo com duas cuspidas. E foi posto lá precisamente por isso. Ele está bem protegido de seus inimigos, mas totalmente à mercê de seus protetores. Contra estes, ele não pode defender nem sequer a si próprio, quanto mais ao país inteiro.

21. Quanto àqueles que festejam antecipadamente o fim dos EUA, talvez não lhes ocorra, por falta de imaginação, a suspeita de que um mundo dominado pela Rússia e pela China não conhecerá outro regime político senão o russo e o chinês.




*Compilação e edição de artigos de Olavo de Carvalho por Comedia Globale.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Reforma Ortográfica


Altamente emblemático o fato de Lula da Silva ter assinado o acordo que impôs a tal reforma ortográfica aos países de língua portuguesa. E na Academia Brasileira de Letras! Mas não deixo sua ignorância como álibi - essa reforma é o lado ridículo e caricato de um projeto globalista de massificação cultural e centralização do poder que está em curso, do qual o sr. Lula é agente ativo e consciente.
Já não bastassem a reforma política, a reforma partidária, a reforma agrária, a reforma do Palácio da Alvorada, a reforma dos apartamentos funcionais, agora mais essa!
Simplesmente suprimiram um sinal fonético imprescindível, empobrecendo a língua escrita e comprometendo a falada. Leia em voz alta: "O carro enguiça e você come linguiça". Não há mais sinal gráfico correspondente ao som güi. Leremos pingín, lingíça, agénto... Logo o trema na letra u, tão simpático, como um sorriso - ü.
Caiu o acento que diferencia pára e para, como em "Ele pára o carro / ele para o carro" ou "ele tem pêlos brancos / ele tem pelos brancos". Exercitaríamos nossos dons adivinhatórios lendo a manchete "Resolução controversa para conflito no Iraque". O acento do magôo foi pro beleléu; assim eu magoo, coisa de dar enjoo. Há outras aberrações: autorretrato, antissemita, voo, eles veem. E se for um estrangeiro tentando ler, ou mesmo uma palavra que você desconhece a pronúncia?
Desde quando é vantajoso suprimir diferenças culturais, empobrecendo a língua? Qual a dificuldade em se ler "acção"?
Tais mudanças foram IMPOSTAS sem o aval do USO, portanto são inexeqüíveis. Qual é a pena a quem descumprir a "lei"?
Para finalizar, um artigo de Percival Puggina:
A golpes de ortografia, por Percival Puggina

Ufa! Demorou quase duas décadas! O acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa foi assinado em 1990, referendado pelo Congresso Nacional em 1995 e tivemos que esperar sentados, até agora, para que finalmente entrasse em vigor. Não houve clamor popular nem marcha até Brasília que acelerasse processo tão urgente e tão indispensável à coesão universal do nosso idioma. Cheguei a tentar uma greve de fome que se desmoralizou perante uma bomba de chocolate. Mas não há mal que sempre dure. Já iniciamos a contagem regressiva para janeiro de 2009, quando o acordo entrará em vigor. E então, concluída a sutura no nosso corpo idiomático, a última flor do Lácio, inculta e bela resplandecerá perante o mundo seu uniforme encanto. E nossos bebês, como os pequeninos de Portugal, passarão a ser bebés...
Preparemo-nos, então, para a penosa tarefa de reaprender a escrever. Queriam o quê? Não se fazem pastéis de santa clara sem quebrar ovos, ora pois. É um sacrifício mínimo para solucionar problemas máximos do nosso cotidiano. Toda santa vez que a gente folheava o jornal de Cabo Verde, o Jornal das Ilhas, ou o Notícias de Moçambique, era aquele problemão! A maldita falta de unidade ortográfica nos fazia indagar sobre o que seria uma jiboia, dado que da cobra jibóia não podia se tratar. Todos os textos de Guiné-Bissau que nos caíam nas mãos eram incompreensíveis devido à mania de escrever acção em vez de ação.

Contam-me que quem está festejando a novidade é a Microsoft, cujo programa Word, dispensando certas variações idiomáticas, dará uma boa simplificada no seu corretor ortográfico. Nada se comparará, no entanto, ao conforto que me trará a amputação do trema na palavra seqüência. Na minha idade não era mole subir quatro andares no teclado para pressionar aqueles dois pontinhos, saltar em seguida para o acento grave, e voltar às pressas aos andares das letrinhas. Agora acabou. Escreveremos como todo cabo-verdiano.

Fim das ironias. A quem interessar possa: considero esse acordo ortográfico o cúmulo da falta do que fazer. Coisa de desocupados. Um amigo meu, sujeito desconfiado, desses que vê maldade em tudo, está convencido de que se trata de uma sinecura. “De algumas editoras? Não, imagina...”, comento eu. O fato é que nunca tão poucos atrapalharam tanto, sem qualquer motivo sério, a vida de tantos! Trata-se de uma agressão pessoal a dezenas e dezenas de milhões de pessoas que, em anos de estudo e com muito sacrifício, automatizaram hábitos de escrita e escrevem o idioma conforme lhes foi ensinado. Aliás, 230 milhões de pessoas serão afetadas pelo acordo e 180 milhões (quase 80%) são brasileiras. A perversidade, levada ao grau máximo, deu nisto: enche-se a paciência dos 100%.

Com que direito? Para quem trabalha escrevendo será o mesmo que, para os músicos, mudar a ordem das notas na escala. Em poucos dias haverá apenas alguns indivíduos no planeta que saberão escrever corretamente no idioma português – aqueles que criaram essa droga de acordo. Tudo que tenho redigido e arquivado ao longo de décadas, gigabytes de texto, ficará errado, inadequado ao consumo, validade vencida. Com que intuito se produz esse desperdício de bilhões de exemplares de livros que de um dia para outro restarão anacrônicos? Já imaginou, leitor, quantas árvores terão que ser abatidas a golpes de ortografia para refazer todo o material didático nacional? Será que ainda não dá para abortar esse absurdo?

Faça a sua parte: Adote um trema


Era uma vez, num país não tão distante, um sujeito muito
trabalhador. Dedicava-se como ninguém a cumprir sua função, e
olha que nem sempre ele era reconhecido por isso.

Seu nome era Trema. Ele vinha de uma grande família de sinais
gráficos famosa na Alemanha, na França, na Suécia e em Portugal.
De Portugal ele havia emigrado ainda jovem para o Brasil, junto
com outros colegas, como a Crase e o Acento Agudo.

Alguns destes colegas tinham apelidos: o Acento Circunflexo, por exemplo, todos
chamavam de "Chapeuzinho". Mas o Trema sempre se considerou uma
pessoa importante, que não podia correr o risco de se vulgarizar,
e por isso nunca adotou um apelido.

A tarefa do Trema? Era das mais importantes. Ele era responsável
por ensinar aos falantes da língua, especialmente aos leitores de
um texto escrito, a pronúncia correta das palavras. Nesta
profissão, o Trema acabou encontrando e fazendo ótimos amigos.
Durante anos, foi sempre visto de mãos dadas com uma turma de
ditongos.

Acontece que havia gente que olhava o Trema com cara feia. No
começo, ele não se importava. Nunca fizera mal a quem quer que
fosse! Nunca sequer se divertira assustando vestibulandos -
alguns de seus colegas, como o Acento Grave, gostavam de fazer
isso, mas não ele!

Porém, com o tempo e com as repetidas
injustiças de que era vítima, aquilo passou a incomodá-lo.

Começou aos poucos, na surdina. Veio na escalada do crime que
acometia as grandes cidades do país. Jornais e periódicos
passaram a seqüestrar o Trema que havia na palavra seqüestro.
"Sequestro". A princípio, ninguém se deu conta. Quando
perceberam, ao invés de chamarem a polícia e resgatarem o pobre
seqüestrado, usaram o fato como arma: esse Trema é tão inútil que
ninguém sente falta dele!

E então veio o movimento. Passeatas. Abaixo-assinados de
estudantes de Língua Portuguesa que tinham senhoras gordas e
carrancudas como professoras. Pressionaram a Academia. Esta
enviou um memorando ao Governo. O Governo se fechou numa reunião
séria e debateu, debateu. Criaram um Grupo de Trabalho. Anos e
anos de discussão, atividade de lobistas, jogo de interesses. E o
Ministério dos Sinais Gráficos veio com a sentença:

- O Trema, meliante de notória atividade subversiva, fica
condenado ao exílio perpétuo, devendo deixar este país em
primeiro de janeiro. Caso se recuse a cumprir a pena, as
Autoridades Literárias têm o aval para utilizar a força buscando
o extermínio definitivo do Trema. Outros sinais gráficos que
tenham tido contato com o condenado, como o Acento Agudo e o
Acento Circunflexo, passam a serem considerados subversivos e
fica proibida sua presença em assembléias, vôos, sobrevôos e
afins.

Imaginem o desespero do coitado do Trema! Ele, que nunca fizera
mal a ninguém! Expulso de um país que ele amava tanto! Proibido
de fazer o trabalho que ele tanto amava!

O Trema passou meses deprimido, sem saber o que fazer. Até que,
num canal da televisão, viu por acaso a palestra de um
especialista em mercado (ou marketing, como dizem em português).
Tratava-se de um consultor aparentemente muito famoso, que fez
uma longa explanação sobre nichos de mercado, planejamento
estratégico, foco no cliente, tempestades cerebrais e, por fim,
sobre como se adaptar ao mercado para manter-se nele.

Vocês acreditam que, neste momento, deu-se um estalo na cabeça do
Trema, uma lâmpada se acendeu e ele teve uma idéia? Decidiu sair
da letargia. Estava salvo! Mas era preciso diversificar. Pensou
em distribuir folhetos explicando sua tragédia pessoal e vendendo
sua idéia. Em esquinas. Em ônibus. De porta em porta. Foi assim
que eu recebi um destes folhetos. E aderi à campanha.

Tudo o que o Trema quer é um emprego honesto, ajudar na evolução
desta Língua Portuguesa que ele tanto ama, vocês sabem? Longe
dele querer ser contra a evolução: ele só quer poder contribuir.
Por isso, o Trema está se oferecendo para, a partir do próximo
ano, assumir uma vaga de Dois Pontos. E ele conta conosco. Vejam,
ele se dispõe a sair da horizontal e passar os dias na vertical.
Ele pede a nossa ajuda. Em primeiro de janeiro, adotem um Trema:
não deixem de colocar Dois Pontos em seus escritos.


Artigo [brilhante] de Eduardo Trindade.
http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2008/11/12/faca_sua_parte_adote_um_trema_-586366235.asp