quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Vaselina em Cuba dos outros é colírio


Com intenso estardalhaço foi divulgada, nesta terça-feira, a notícia sobre a suposta renúncia do ditador Fidel Castro.

O jornal oficial do governo cubano publicou uma mensagem, supostamente redigida por Castro, na qual o caudilho, após 59 anos, dizia não aspirar nem aceitar o cargo de presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe.
http://www.granma.cu/portugues/2008/febrero/mar19/Mensagem.html

Os meios de comunicação aqui noticiaram o fato à exaustão, com matérias especiais, opinião de "intelectuais" e chefes de estado. Todos analisando ou justificando a famigerada renúncia e fazendo as suas igualmente famigeradas previsões. Enquanto isso, em Cuba, o clima estava mais para um ceticismo conformado do que para anseios transformadores.

Se analisarmos os fatos, desde que a saúde de Castro começou a definhar, vemos que estamos presenciando um dos maiores embustes da história recente da Humanidade. E ninguém se dá conta.

Vejamos, Castro está fora de jogo desde julho de 2006, quando realizou uma cirurgia abdominal. Em outubro do mesmo ano, a imprensa mundial afirmava que ele estaria com câncer intestinal em estágio terminal, o que evidentemente, não foi confirmado pelas autoridades cubanas.

Ainda assim, vemos nas suas últimas fotos e gravações em vídeo, um moribundo senil totalmente debilitado, um frangalho humano.








http://www.youtube.com/watch?v=MbzciUAiOxQ

Como alguém que há algum tempo balbuciava asneiras sem nexo hoje redige uma carta totalmente lúcida, revelando uma atividade intelectual impecável? E ainda diz que irá continuar escrevendo regularmente para o tal jornal?

É evidente que não foi Castro quem escreveu aquela mensagem. Fica claro que não foi dele também a decisão de se desligar oficialmente do governo de Cuba.

A História irá nos mostrar que, se é que o ditador já não morreu, ele no mínimo, neste momento, não se encontra lúcido e é um mero títere nas mãos do PCC, que pretende, com esse embuste, orquestrar uma transição honrosa e menos traumática de dirigentes. Perdoem a comparação de mal gosto, mas é o recurso da vaselina. Repito: transição de dirigentes, não de sistema. Por isso o ceticismo da reação dos cidadãos cubanos.

E por aqui, ficam todos a louvar a lucidez e a inteligência de um cadáver.

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